— Me perdoe? - Você diz enquanto estende os braços para me abraçar, mas de repente ouço um barulho estranho e sua imagem começa a sumir.
Acordo com o maldito som do despertador e percebo que foi somente mais um dos milhares sonhos que tenho contigo. Me reviro na cama tentando voltar a dormir. O mundo da imaginação é melhor que a minha realidade. Não consigo.
Decido sair da cama me amaldiçoando por ter esquecido de desligar o despertador ontem a noite.
— Que ótimo! Em pleno sábado acordo às 06:00 - Bufo irritada.
Saio andando pela casa e a irritação logo cede seu lugar a tristeza. Cada centímetro da nossa casa me lembra você. Ainda tento entender onde errei. O que eu fiz para você me trocar. Não entendo e o pior é que fico me remoendo e me lamentando por isso. Sou idiota? Sim, e como sou. Deveria estar seguindo minha vida, mas não, estou aqui, sozinha, com lágrimas escorrendo novamente do meu rosto ao pensar que a essa hora você está dormindo abraçado nela.
Dói muito saber que não suficiente para você. Dediquei tudo o que eu pude e o que eu não pude a você. Pra quê? Para ser jogada de lado como eu fui.
— Sua burra. - Digo a mim mesma enquanto seco as lágrimas que insistem em cair.
Não aguento mais ficar presa dentro de casa. Troco de roupa e saio, mas acabo ficando pior.
Chego ao parque, nosso local favorito. Tudo me lembra o que vivemos. Tudo. Sento no banco chorando. Todos passam e com certeza me olham. Não estou nem ai.
Choro tanto que soluço. Passei tempo demais segurando o choro.
— Não chore. - Ouço uma voz suave dizendo enquanto acaricia meus cabelos. Levanto o rosto e vejo uma menina de uns 6 ou 7 anos. — Se ele te deixou, é porque algo melhor vem.
Ao dizer isso a menina se afasta correndo e desaparece em meio as árvores do parque.
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